segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Colonização Europeia da África e a Conferência de Berlim

A conferência de Berlim foi realizada entre 19 de novembro de 1884 e 26 de fevereiro de 1885, e teve como objetivo organizar, na forma de regras, a ocupação da África pelas potências coloniais e resultou numa divisão que não respeitou, nem a história, nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos desse continente em causa.

O congresso foi proposto por Portugal e organizado pelo Chanceler Otto von Bismarck da Alemanha, assim como participaram ainda a Grã Bretanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Estados Unidos, Suécia, Áustria-Hungria, Império Otomano.

Durante esta conferência, Portugal apresentou um projeto, o famoso Mapa cor-de-rosa, que consistia em ligar Angola a Moçambique para haver uma comunicação entre as duas colônias, facilitando o comércio e o transporte de mercadorias. Sucedeu que, apesar de todos concordarem com o projeto, mais tarde a Inglaterra, à margem do Tratado de Windsor, surpreendeu com a negação face ao projeto e fez um Ultimato, conhecido como Ultimato Britânico de 1890, ameaçando guerra se Portugal não acabasse com o projeto. Portugal, com medo de uma crise, não criou guerra com Inglaterra e todo o projeto foi-se abaixo.

Como resultado desta conferência, a Grã-Bretanha passou a administrar toda a África Austral, com exceção das colônias portuguesas de Angola e Moçambique e o Sudoeste Africano e toda a África Oriental.

Os Conflitos na África


Mulheres e crianças em meio aos conflitos

Mulheres e crianças entre as principais vítimas de conflitos na África
Nos últimos dez anos, dois milhões de crianças foram mortas em conflitos armados ou outras situações de violência.
O encontro de Kinshasa é organizado pela ADEA em colaboração com os Ministérios da Educação do Quênia e da RD Congo e a UNESCO-BREDA. Segundo o mesmo, 90% das vítimas mortais dos conflitos armados dos últimos anos na África são civis, das quais 80 por cento são mulheres e crianças - revela um documento da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA). Realça que, nos últimos dez anos, dois milhões de crianças foram mortas em conflitos armados ou outras situações de violência. Cerca do dobro deste número, ficaram “gravemente feridas ou incapacitadas para toda a vida, e milhões de outras foram obrigadas a assistir ou a participar em atos horríveis de violência, ao passo que as que sobreviveram ficaram vulneráveis, abandonadas e expostas ao serviço militar”.
 A nota cita dados de agências humanitárias não governamentais e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) sobre a situação dos conflitos em África. De acordo com estes dados, os conflitos armados e outras situações de violência separaram milhões de crianças dos seus lares e desintegraram as suas famílias e comunidades, deixando-as “expostas à exploração sexual e ao tráfico de seres humanos”. “Estes horrores são exacerbados pelo caráter limitado ou mesmo inexistente de possibilidades de educação, deixando adolescentes dos dois sexos amedrontados, desgastados e frustrados pela vida”, indica o documento. Em tais circunstâncias, acrescenta, a vida militar aparece como a opção mais atrativa, sobretudo para os mais pobres e marginalizados, e a sede do poder passa a ser um “fator de motivação muito forte”, quando os jovens se sentem impotentes ou na impossibilidade de aceder a recursos básicos, levando-os assim a pegar em armas para chegar ao poder e ser reconhecidos.



Apesar de comunidades inteiras sofrerem as consequências dos conflitos armados, as mulheres são particularmente afetadas, devido ao seu sexo e à sua condição social. As partes envolvidas no conflito violam frequentemente as mulheres, utilizando, por vezes, a violação de forma sistemática como táctica de guerra. Outras formas de violência de que as mulheres são alvo em situação de conflito incluem o assassinato, o abuso sexual, a gravidez forçada e a esterilização forçada. Apesar disto, as mulheres não devem só ser vistas como vítimas da guerra. Elas assumem um papel essencial de garante do sustento familiar, no meio do caos e da destruição, são particularmente cativas nos movimentos pela paz, ao nível das suas comunidades. No entanto, a ausência das mulheres nas mesas das negociações é um facto inegável.


Consequências dos conflitos

A África ainda sofre as consequências dos conflitos da década de 90 que impedem o seu desenvolvimento, segundo um relatório das Nações Unidas, que coloca 30 países africanos entre os 32 menos desenvolvidos do mundo. De acordo com o relatório 2005 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 30 dos 53 países africanos aparecem nas últimas posições a nível de Índice de Desenvolvimento Humano. "Cerca de 40 por cento dos conflitos mundiais atuais registram-se na África e ainda que o número de conflitos esteja a diminuir, as guerras de hoje prolongam-se mais e, como tal, o seu impacto no desenvolvimento humano é grave", refere o relatório.

O documento estabelece uma relação direta entre os conflitos e a pobreza, dado que "destroem os sistemas alimentares, contribuem para a fome e a má nutrição e minam o progresso na saúde e na educação". "Nove em cada dez países da cauda do Índice de Desenvolvimento Humano viveram conflitos violentos em algum momento da década de 90", acrescenta o relatório. Os Estados propensos ao conflito são muitas vezes desesperadamente pobres, mas extremamente ricos em recursos e, neste caso, o relatório aponta o exemplo de Angola. Com um balanço de um milhão de mortos ou estropiados em mais de três décadas de guerra civil, Angola utilizou "a riqueza das segundas maiores reservas de petróleo de África e das quartas maiores reservas de diamantes do mundo" para alimentar a guerra civil. Angola aparece na posição 160, entre 177 países, no Índice de Desenvolvimento Humano e a esperança média de vida é de apenas 40 anos.




segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A descolonização da África

Conflitos da África
Assim como a América do Sul e Central e Ásia, a África também foi colonizada pelos europeus, fato comum entre os citados é que todos foram colônias de exploração. A divisão do continente para exploração ocorreu na Conferência de Berlim, na Alemanha em 1885, nessa fizeram parte Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

A partir dessa conferência ficou definida a divisão geográfica dos respectivos territórios a serem explorados. O processo de exploração das colônias africanas durou muito tempo, as consequências atuais são derivadas de vários fatos históricos, sobretudo, da exploração.
No início do século XX, somente a Libéria havia alcançado a independência política em todo continente, isso prova o grau de dependência em relação às metrópoles e também o nível de atraso em desenvolvimento tecnológico, industrial e econômico em comparação aos outros continentes. O processo de independência das colônias em relação às metrópoles
europeias é denominado historicamente como descolonização.
Fatos favoreceram a descolonização da África.
Doravante a esse período, teve início uma modesta iniciativa de instaurar a independência e autonomia política das colônias, os primeiros a contemplar tal feito foi o Egito nos anos 20, além da África do Sul e Etiópia, ambos nos anos 40.

Um dos fatos que mais favoreceu o processo de descolonização da África foi sem dúvida a Segunda Guerra Mundial que ocorreu na Europa entre 1939 e 1945. Como esse conflito armado que aconteceu no continente europeu o mesmo sofreu com a destruição e o declínio econômico.
O enfraquecimento econômico e político de grande parte dos países europeus, especialmente aqueles que detinham colônias na África, foram aos poucos perdendo o controle sobre os territórios de sua administração.
Esse fato deixa explícito que a perda de territórios se desenvolveu somente pelo motivo de reconstrução que muitos países necessitavam executar, assim não podendo designar forças e recursos para o controle das metrópoles

Aliado à questão da guerra, surgiram grupos e movimentos que lutavam em busca da independência política, essa onde libertaria se dispersou por todo o continente e perdurou por vários anos. Posteriormente, o resultado foi a restituição dos territórios e surgimento de pelo menos 49 novas nações africanas.
Porém, a luta pela independência se intensificou na década de 60, sempre marcada pelo derramamento de sangue, uma vez que nunca havia atos pacíficos


Mesmo com todas as adversidades, os países foram alcançando sua independência política, no entanto, a divisão dos territórios ficou definida a partir da concepção europeia que não levou em consideração as questões de ordem étnicas e culturais, desatenção que desencadeia uma série de conflitos em distintos lugares da África, isso por que antes dos europeus as tribos tinham suas próprias fronteiras e todos se respeitavam. Com a instauração das novas fronteiras algumas tribos foram separadas, grupos rivais agrupados, entre outros fatos que colocaram em risco a estabilidade política na região.
Depois de longas décadas de lutas para alcançar a autonomia política e econômica, hoje a África conta com 53 territórios independentes, salvo o Saara Ocidental, que é um território de domínio do Marrocos.

O que causou a Descolonização da África foi:
Falta de estruturação dos colonizadores;
Exploração em excesso, sem nenhum benefício para os povos africanos;
Aumento da pobreza e de conflitos étnicos;
Movimentos de libertação.

África e Brasil: Semelhanças e diferenças na colonização e independência.

Brasil e África possuem muitas diferenças mas são grandes as semelhanças, principalmente em se tratando de natureza. Os dois países tiveram suas terras colonizadas pelos europeus e sofreram com a grande devastação de suas florestas em busca de riquezas. 
O processo de colonização da África ocorreu evidentemente com as motivações econômicas, e o de descolonização ocorreu devido a exploração desenfreada de recursos naturais, levando o povo africano à promoverem movimentos, chegando ao processo de independência. 
Movimentos armados que aconteceram durante a descolonização da África.


Eram feitos por milicias africanas

A Colonização do Brasil foi um processo de povoação, exploração e dominação do território, já que a Corte Portuguesa acreditava na hipótese de ter o território brasileiro invadido e tomado caso não fosse ocupado. Apesar dessas intenções, a Corte Portuguesa também tinha como objetivo transformar o novo território em fonte de renda para Portugal.
A colonização portuguesa no Brasil teve como principal característica o poder de uma determinada civilização sobre outra, os portugueses submetendo ao domínio e conquista indígena.

Chegada dos Portugueses
Padres jesuítas que catequizaram os índios.
E já a colonização Africana tinha como objetivo satisfazer as necessidades sem preocupar com os danos causados para a população, que na maioria das vezes era vista como mão de obra e um posto para expandir suas rotas comerciais.
A principal semelhança é a motivação, ou seja, financeira e territorial, expansão de mercado, produção de bens, etc.
A diferença é que o Brasil teve a sorte de Napoleão querer invadir Portugal, pois assim a família real fugiu para o Brasil em 1808, com isso, o Brasil teve mais chances de se desenvolver, pois a família real não iria querer morar em um lugar subdesenvolvido, assim, investiram no Brasil trazendo bancos, universidades, infraestrutura, etc.
O Brasil deixou de ser uma simples colônia para se tornar, na época, sede do governo de Portugal. Se não fosse esse fato, hoje o Brasil seria como os países africanos, subdesenvolvido. 
Ambos foram colonizados por europeus como colônias de exploração. No entanto, a forma de descolonização da África teve concepção européia, a responsável por perdurar até hoje no continente os conflitos étnicos. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Causas dos conflitos armados na África.

O continente africano é palco de uma série de conflitos, consequência da intervenção colonialista, principalmente no fim do século XIX e início do século XX. Esse processo de intervenção interferiu diretamente nas condições políticas, econômicas e sociais da população africana. A divisão territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores europeus, desprezando as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades, muitas vezes rivais, que historicamente viviam em conflito, foram colocadas em um mesmo território, enquanto grupos de uma mesma etnia foram separados. Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um intenso processo de independência das nações africanas. Porém, novos países se formaram sobre a mesma base territorial construída pelos colonizadores europeus, desrespeitando a cultura e a história das comunidades, consequentemente inúmeros conflitos étnicos pela disputa de poder foram desencadeados no interior desses países.

Outro fator agravante para o surgimento desses conflitos na África se refere ao baixo nível socioeconômico de muitos países e à instalação de governos ditatoriais. Durante a Guerra Fria, que envolveu os Estados Unidos e a União Soviética, ocorreu o financiamento de armamentos para os países africanos, fornecendo aparato técnico e financeiro para os distintos grupos de guerrilheiros, que muitas vezes possuíam – e ainda possuem – crianças que são forçadas, através de uma manipulação ideológica, a odiarem os diferentes grupos étnicos.
É comum encontrar crianças participando de conflitos armados.
                   São vários os conflitos no continente africano; o que é pior, muitos deles estão longe de um processo de pacificação. A maioria é motivada por diferenças étnicas, é o que acontece em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália, por exemplo. Outros por disputas territoriais como Serra Leoa, Somália e Etiópia; questões religiosas também geram conflitos, é o que acontece na Argélia e no Sudão. Além de tantas políticas ditatoriais instaladas, a que teve maior repercussão foi o apartheid na África do Sul – política de segregação racial que foi oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Novo Partido Nacional (NNP). O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas, além de não poderem adquirir terras na maior parte do país, obrigando os negros a viverem em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico.

Deve-se haver a intervenção de organismos internacionais para que esse e outros problemas do continente africano (aids, fome, economia, saúde, etc.) sejam amenizados, pois esse processo é consequência das políticas colonialistas dos países desenvolvidos, que após sugarem a riqueza desse povo, abandonaram o continente, deixando uma verdadeira mazela. 

A análise dos motivos que desencadeiam os conflitos armados no continente africano necessita de uma abordagem histórica, pois o processo de colonização e independência dos países africanos interferiu diretamente na organização social da população. A intervenção colonialista, principalmente no fim do século XIX e início do século XX, modificou a estrutura organizacional dos grupos étnicos africanos. Durante a ocupação dos europeus na África, a divisão territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores, não levando em conta as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades, muitas vezes rivais, e que, historicamente viviam em conflito, foram colocadas em um mesmo território, enquanto que grupos de uma mesma etnia foram separados.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), iniciou-se o processo de independência dos países africanos, no entanto, parte das fronteiras estabelecidas pelos colonizadores foi mantida, como também, novos países foram criados. Em consequência disso, vários conflitos armados entre diferentes grupos étnicos pela disputa do poder, surgiram no interior desses novos Estados. Além da rivalidade étnica, outros fatores intensificaram os conflitos, entre eles estão: o baixíssimo nível socioeconômico de muitos países e a instalação de governos ditatoriais. Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas contribuíram para os confrontos entre as diferentes etnias. As duas potências, visando ao aumento de sua influência política, econômica e ideológica no continente africano, forneceram armas e apoio financeiro aos grupos rivais dentro de um mesmo país. Entre os principais conflitos na África estão os que acontecem em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália (conflitos étnicos). Outros, por disputas territoriais, como, Serra Leoa, Somália e Etiópia, e também por questões religiosas, como o que acontece na Argélia e no Sudão. Entre tantas políticas ditatoriais instaladas, a que teve maior repercussão foi o Apartheid, na África do Sul - política de segregação racial que foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. Nesse cenário de violência, torna-se importante a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) em operações humanitárias, dando auxílio imediato às populações civis ameaçadas. No entanto, deve haver a contribuição de países desenvolvidos no processo de pacificação e auxílio nos aspectos socioeconômicos (AIDS, fome, economia, saúde, etc.) dos países africanos.